quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Candidatos do Enem protestam contra correção da redação


São Paulo - Candidatos do Enem 2012 devem sair em passeata em pelo menos 13 cidades do País na tarde desta quarta-feira, 2, para protestar contra a correção da redação. Os alunos querem que o Ministério da Educação (MEC) garanta o direito à vista da prova e a possibilidade de revisão dos textos para quem se sentir prejudicado.
Os protestos estão sendo organizados via Facebook. Só o grupo "Ação Judicial - Redação Enem 2012" reunia 25,3 mil membros até as 12h15 desta quarta. A comunidade foi criada na última sexta-feira, após a divulgação dos boletins de desempenho dos candidatos do Enem.
A redação tem forte impacto na nota final do exame, que é utilizado como vestibular pela maioria das instituições públicas de ensino superior do País. As inscrições para as 129 mil vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começam na segunda-feira, 7.
Os participantes do grupo lançaram um abaixo-assinado virtual para subsidiar uma eventual ação judicial com pedido de liminar contra a União e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem. O documento, que já tem 8,5 mil assinaturas, deve ser entregue ao Ministério Público Federal (MPF) e à Defensoria Pública da União (DPU) nesta quarta.
Na petição pública, os estudantes dizem querer a concessão de vista da prova de redação "em tempo hábil para contestação" bem como o direito a recurso administrativo. "Destacamos a necessidade de urgência da ação ante a necessidade de se inscrever no Sisu, que é o único critério para selecionar candidatos a vagas na maioria das universidades federais", afirma o documento.
O Inep não aceita pedidos de revisão da nota da redação. Segundo a Assessoria de Imprensa do MEC, neste ano será cumprido o Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o MPF para que os candidatos tenham acesso ao espelho da correção da prova. A "vista pedagógica" estará disponível a partir de 6 de fevereiro, pela internet.
Ainda de acordo com o MEC, foram tomadas outras "medidas de aperfeiçoamento" na correção da redação. Entre elas a diminuição da discrepância entre as notas dadas pelos dois avaliadores para que o texto fosse lido por um terceiro corretor, além da criação de uma "segunda instância", ou seja, uma nova banca avaliadora, para os casos em que as discrepâncias persistiram após a análise do terceiro corretor. "Os critérios estavam bem definidos e todos os itens do edital foram seguidos", afirma o ministério.
Os alunos insatisfeitos com a correção, no entanto, dizem que não estão reclamando de notas baixas, mas de "notas injustas" e da "arbitrariedade" do Inep por não conceder possibilidade de revisão da pontuação. No Facebook, o grupo argumenta que "o problema da redação não é pontual e tem que ser resolvido com seriedade" pelo MEC. Segundo os estudantes, a correção funciona como um sorteio de loteria.

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