segunda-feira, 7 de abril de 2014

Estudantes do Maranhão e de outros estados vão cursar medicina em Pinheiro

PINHEIRO - O supervisor de vendas, Luís Alberto Porto Viana, 50 anos, que mora em São Luís, tirou folga do trabalho na sexta-feira (04) e foi com a mulher, a dona de casa Maria Gilvanete Galvão da Silva Viana, 43, acompanhar o filho, Yago Galvão Viana, 20 anos, em um compromisso na cidade de Pinheiro que entrou para a história de suas vidas e do município.
Naquele dia, o jovem Yago estava entre os quarenta alunos que assistiram à aula inaugural da primeira turma do curso de medicina da UFMA. Ele já havia cursado um ano de ciência e tecnologia em São Luís, mas não titubeou ao trocar a capital pela cidade da baixada maranhense, onde prosseguirá os estudos universitários, agora na carreira que sempre sonhou. “Vai ser bom, por outro lado, terei que aprender a me virar sozinho em uma cidade estranha”, diz o estudante, que quer ser endocrinologista. O que não chega a ser motivo de preocupação para a família. “Se ele está feliz, a gente fica tranquilo”, alega o pai Luís Alberto Viana.
Para o estudante capixaba, Adilao Freitas Costa de Lima, 21 anos, natural de Ibatiba, no Espírito Santo, a chegada à Pinheiro representa uma mudança ainda maior. As diferenças culturais e climáticas e à distância da família, no entanto, não são motivos para desânimo. “A primeira turma é sempre um desafio, mas estou animado com as perspectivas e o empenho demonstrado pela universidade”, enfatiza. Adilao teve todo o incentivo dos pais, os professores Paulo José Costa de Lima e Gilsa Lúcia de Freitas, para se lançar na conquista da tão almejada profissão, sonho também compartilhado pelos familiares. O avô dele foi o primeiro farmacêutico de Ibatiba e fazia pequenos procedimentos cirúrgicos na cidade.
A mobilidade que o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) permite para ingresso em uma Instituição Federal de Ensino Superior faz com que as distâncias continentais no Brasil não sejam empecilho quando o objetivo é correr atrás da vocação profissional. Foi o que fez Osyanne Duarte Corrêa, 20 anos, que largou a faculdade de Odontologia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, para cursar Medicina em Pinheiro. Determinada, ela avisara aos pais, Ozeas Viana Correa e Eliane Cristina Duarte Correa que, como o curso de medicina é muito concorrido, para onde passasse, iria sem vacilar. “Embora seja um curso que tá começando agora estou bem esperançosa, o pessoal da cidade é muito receptivo. Vai dar muito certo”, profetiza.
Na aula inaugural da primeira turma de medicina em Pinheiro, o reitor Natalino Salgado disse que aquele era um momento de se orgulhar por ver que a universidade se renova a cada dia. “A nossa universidade cresce e se transforma para servir a sociedade. Nós temos o desafio de romper com o atraso. E é um projeto desafiador levar conhecimento, ciência e oportunidades para tantos jovens. A educação é o único caminho para buscar a emancipação e promover a cidadania”, conceitua.

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