terça-feira, 5 de maio de 2015

Sem Fies, alunos de medicina da PUCRS pensam em desistir do curso

A falta de dinheiro para novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), admitida pelo Ministério da Educação, é lamentada por estudantes de medicina da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (PUCRS). Alguns alunos que tinham a esperança de conseguir o financiamento pensam agora em largar o curso.
“A gente não sabe o que fazer. Muita gente está pensando em sair da universidade, largar tudo”, lamenta Lana Nicheletto.
“Sem dúvida nenhuma eu vou ter que parar de cursar o sonho da minha vida, dependendo do Fies”, admite Rafaela de Tanico.
O problema é que o Ministério da Educação (MEC) só está financiando cursos que tiveram reajuste até 6,4%. Algumas instituições, como a PUCRS, aumentaram os valores acima desse índice. As universidades acusam o MEC de ter informado o teto de reajuste para o Fies depois que os valores já tinha sido alterados.
PUCRS, Porto Alegre, eleições (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)PUCRS diz que ofereceu outras linhas de
financiamento aos alunos (Foto: Diego Guichard)
Em nota, a PUCRS informou que ofereceu outras linhas de financiamento aos calouros, mas os acadêmicos dizem que é inviável.
“Esses financiamentos, eles nos oferecem 50%, e você tem que pagar os outros 50% da mensalidade. Como nossa faculdade custa R$ 6 mil, você ainda teria que pagar quase R$ 3 mil”, aponta o estudante Felipe do Nascimento.
O Ministério da Educação disse que vai recorrer da decisão da Justiça de Mato Grosso, que mandou reabrir as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil. A determinação ocorreu partir de reclamações de estudantes que, por conta de problemas no sistema informatizado, não conseguiram se inscrever para o financiamento estudantil.
O MEC já foi notificado da decisão da Justiça e tem cinco dias para recorrer. É o que a Advocacia Geral da União vai fazer. A partir de agora, o primeiro passo é pedir mais esclarecimentos sobre a decisão. A multa que foi estipulada pelo juiz, de R$ 20 mil a cada dia que o sistema não for reaberto, só será cobrada se o governo perder a ação.
O Ministério da Educação recebeu, até 30 de abril, 252.447 inscrições para novos contratos. O valor total foi de R$ 2,5 bilhões. Os cursos mais procurados foram Engenharia, Direito e Enfermagem. No primeiro semestre do ano passado, o número de contratos novos do Fies foi de cerca de 480 mil, 90% mais que este ano.

Agora, com a necessidade do governo de reduzir gastos e ainda sem definição dos cortes no orçamento, o ministro Renato Janine Ribeiro diz que não sabe como ficará o financiamento daqui pra frente.
“Não posso afirmar, nesse momento, se e qual vai ser o montante de recursos para uma segunda edição neste ano”.

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